segunda-feira, 13 de junho de 2016

O Humanoide de Energia


Há exatamente dois anos meu pai veio a falecer, era um senhor muito excêntrico. Durante seus últimos anos de vida, passou boa parte do seu tempo em nossa casa de campo rodeado de livro e experimentos. Bebia muito e sempre que estava ébrio balbuciava coisa estranhas como.

- Porque vocês me escolheram? Preciso que vocês voltem! – E a fala mais frequente, que às vezes era pronunciada até mesmo quando dormia, era:

- Eles não estão preparados!

Porém nem sempre as coisas foram assim, meu pai era um sujeito muito brincalhão e divertido, tudo mudou depois de uma temporada que ele passou no norte do país. Ele foi a trabalho realizar uma construção de uma usina. Meu velho era Engenheiro Eletricista e foi contratado como responsável pela implementação da parte elétrica.

Ele nunca falou muito sobre esta experiência, mais sua mudança após este trabalho foi nítida. Depois de sua morte a nossa casa de campo ficou praticamente um ano fechada, íamos lá somente para abrir as janelas e ver se estava tudo bem. Foi quando um vizinho nos ligou, dizendo que a casa havia sido arrombada.


Eu fui o primeiro a chegar, notei que uma das janelas estava estilhaçada e com marcas de queimadura ao redor. Esta janela dava para o cômodo que meu pai chamava de escritório, lá possui uma enorme quantidade de livros, e recortes de jornal. Alguns objetos eletrônicos que não fazia ideia do que eram. Em fim o quarto todo estava bagunçado, mas o que me chamou atenção é que somente este quarto foi revirado.

Então eu comecei a organizar as coisas e um fato me chamou atenção. Praticamente todos os livros se tratavam sobre coisas sobrenaturais, óvnis, espíritos, fantasmas e algum sobre seres de energia cósmica. Continuei a organização até que achei um velho caderno, com anotações do meu pai, para minha surpresa na primeira página meu pai descrevia um acontecimento muito estranho que ocorreu com ele enquanto trabalhava na construção da usina.

Vou escrever abaixo exatamente o que está escrito neste caderno:

Hoje dia vinte dois do nove de mil novecentos e setenta e dois, o inexplicável cruzou o meu caminho. Ainda não consegui entender o que aconteceu e nem o que era. Mas as minhas perguntas não ficarão sem respostas. Vou escrever o que me aconteceu para que eu jamais esqueça e possa descobrir o que realmente foi.

Aproximadamente ás 17:00 meu radio PX tocou, estava na caminhonete voltando para o acampamento central. A estática estava horrível e mal consegui entender o que se tratava. Mas alguém do outro lado dizia algo assim:

- Sr. Menezes ... Sr. Menezes.... Subestação problema grave.....

Respondi normalmente – Menezes na escuta. – Mas ninguém retornou, dei meia volta na caminhonete e voltei para a usina. Quando cheguei estava sem energia. O encarregado da obra me recebeu e avisou que havia um problema na subestação e estavam sem energia na planta. Questionei porque não mandaram um eletricista averiguar, ele me disse que o rapaz havia ido, mas não achou nada de errado e pediu para me chamar.

Após horas verificando não constatei nada de errado, simplesmente não havia energia. Pensei então que problema fosse à fornecedora de energia da região, como era no meio do mato, pensei que algum poste pudesse ter caído ou uma fiação rompida. Mas antes de ligar resolvi dar uma andada no nosso túnel de cabeamento que passava embaixo da subestação.

Assim que entrei no túnel escutei um chiado semelhante a estática, pensei na hora. Pronto achei o problema. Foi quando tudo aconteceu andei ate o final do túnel e em uma curva me deparei com ele.
Um ser de aproximadamente sessenta centímetros, não conseguia ver seu corpo, somente via seu contorno iluminado. Como se fosse uma estatua de vidro que emanasse luz, ou algo assim. Lembro-me perfeitamente como era só que não consigo descrever a criatura de tão fantástica.

Parei e fiquei olhando, pensei em correr e gritar, mas a criatura me pediu que não fizesse isso. O estranho é que ela não falou comigo, nem por voz e nem por telepatia. Eu não ouvi voz alguma. É um tipo de comunicação que não consigo explicar, foi algo pleno eu via a criatura e entendia plenamente o que ela queria que eu entendesse. Era como se eu fosse ela e ao mesmo tempo não fosse. É muito difícil de explicar é como tentar ensina um cachorro o que é Deus.

Pois bem, não me movi ou gritei fiquei ali parado vendo a criatura e ela me vendo. Sua cor levemente mudou de tom para um amarelo, e ela se comunicou novamente. Não foi por palavras, quero frisar bem isso. Mas a única forma deu passar o que ela me informou é escrevendo.

- Vocês são colônias de energia tão simples, porém tão complexos. Abrigam um universo dentro de si e procuram o universo em outro lugar. Não se assuste logo tudo irá acabar.

Senti meu corpo extremante pesado e comprimido, como se tivesse sendo apertado. Acordei algumas horas depois dentro do túnel da subestação. Levantei e olhei meu relógio, que estava parado. Quando sai do túnel vi que a energia havia voltado e mentalmente me perguntei:

- Meu Deus o que foi isso.

A resposta foi instantânea em forma de sentimento, este tipo de comunicação que tento, mas não consigo por no papel o conceito.

- Você sabe o que foi! Agora abra a sua mente para o que virá.

Assim terminava o relato do meu pai deste episódio, porém no caderno ele conta vários acontecimentos estranhos que ele começou a presenciar após esta visita. No caderno ele fez desenhos, algumas equações e anotações de palavras desconexas.

Quando li não acreditei muito no meu pai, então coloquei o caderno no lugar e sai do quarto. Foi quando recebi uma mensagem, que eu também não sei explicar como, parece uma sensação ou um sentimento. A única coisa que sei é que você percebe isso como uma verdade absoluta é como se não houvesse barreiras físicas entre o que estava falando e você. Como se você e ele fossem um só.

- A sua energia e a dele são uma só aprenda a compartilhar aquilo que vocês chamam de alma, e entenderá o nosso trabalho aqui.

Ainda não vi os seres de luz, mas tenho certeza plena de forma tão verdadeira que eles existem. Mas infelizmente não consigo por esta sensação no papel.

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