domingo, 24 de novembro de 2013

A Cabana

Sabe quando as coisas estão tensas? Gosto de dirigir, para por a cabeça no lugar. Pego o carro e dirijo sem me preocupar aonde vou. Há algum tempo atrás após brigar com a minha esposa, peguei o carro e tomei uma velha estrada de chão. Já era fim de tarde e o sol se punha atrás das árvores.

Estava distraído com a paisagem e quase já estava me sentindo bem, resolvi então parar o carro e dar uma olhada. Fiquei ali parado por algum tempo, admirando as árvores. Quando começou a chover, voltei para o carro. Fui dar a partida e nada, somente um som esganiçado. Tentei por vezes seguidas fazer com que o carro funcionasse. Mas não deu em nada.

domingo, 17 de novembro de 2013

O Banquete

Sempre que leio algum panfleto sobre pessoas desaparecidas, minha mente volta àquela estranha cidade. Desta vez não direi o estado em que fica, somente que está na região norte do país. O motivo da descrição é simples, foi algo tão surreal que presenciei em minha estadia naquela cidade, que poderia causar a repudia de quem ler estas linhas.

O grande estranho daquela cidade aconteceu assim que saltei do meu velho carro. Como o de costume, eu procurava um local para descansar e me alimentar. Um velho poste de madeira abrigava uma dezena de cartazes, resolvi dar uma olhada em busca de uma pousada ou coisa parecida. Porém todos os cartazes indicavam o desaparecimento de pessoas. Devia ter pelo menos uns vinte cartazes.

domingo, 10 de novembro de 2013

O Elevador

Todo bairro possui uma casa abandonada, onde todos afirmam que os últimos moradores saíram por causa do mau agouro, ou que alguém morreu dentro da casa, por isso ninguém a compra. E por ai vai, há sempre um motivo para desconfiarmos destes velhos lugares abandonados. Neste caso, foi um elevador desativado dentro de uma fábrica. Na qual trabalhei durante muito tempo.

 Havia um senhor bem velhinho que tomava conta da manutenção dos prédios, senhor Antônio. Era muito simpático, porém sempre que chegava o mês de agosto ele ficava recluso, quase não falava. Foi durante este mês que há alguns anos atrás, o elevador desativado, simplesmente despencou no posso e bateu lá no ultimo andar. Depois disso pegou fogo, com seis pessoas dentro. Antônio foi o primeiro a chegar ao local, e ouviu as pessoas agonizando de dor dentro do elevador. Ninguém sobreviveu ao acidente.

domingo, 3 de novembro de 2013

A Estrada

Durante a juventude parece que nada de ruim pode acontecer conosco. Então casamos e temos filhos, e um pouco da nossa ousadia acaba indo embora. Um exemplo é dirigir, hoje só dirijo quando estou totalmente descansado. Se tiver um pouco com sono, paro o carro, busco um hotel, descanso. Depois sigo viajem.

Aprendi isso depois de anos pegando a estrada de madrugada, cansado, às vezes com o tempo ruim. Porém tinha que trazer dinheiro para a casa. Eu pensava que podia controlar meu cansaço, achava que simplesmente saberia quando meu corpo não aguentasse mais. Mas a verdade é que não sabemos, nunca sabemos o nosso limite, só chegamos a essa conclusão quando já é tarde demais para as consequências.